Processo Criativo

"Em 2013, 2014 que veio a ideia dos carimbos. Eu tenho uma colega, uma pessoa, ela mora no Rio de Janeiro hoje. Aí eu conversando com essa colega ela falou assim: Rita seu trabalho é tão bonito, você pinta, e aí como eu já tinha começado a conhecer, tipo a tinta mesmo de tecido chega até o nosso conhecimento, eu comecei a pintar, fazer algumas pinturas nas minhas peças manualmente mesmo, sabe? Só que aí veio a luta indígena, a necessidade de produzir mais, a gente começou a sair pros encontros, começou a ter acesso a outros lugares, devido a luta indigena. Daí teve a necessidade de produzir mais, pra vender mais, pra ajudar na comunidade. E aí eu conversando com essa colega, ela falou assim: Rita você pinta à mão, é trabalhoso. Ela disse assim, por que você não pensa numa coisa que seja mais rápido, mesmo que seja manual, mas que seja mais rápido? Aí fiquei pensando naquilo, como que pode ser? Aí comecei a trabalhar na escola, aí trabalhando na escola comecei a ter acesso a carimbos. Carimbos desses que você carimba em alguma coisa, sabe carimbo? Desses que tem a plaquinha quadrada que você coloca o carimbo e bate lá."

"Então eu falei assim: eu posso fazer um carimbo. Aí eu pensei: como eu vou criar esse carimbo? Aí fiquei pensando como eu criaria esse carimbo, aí tentei com isopor. Vou pegar um isopor, fazer uns traços, vou desenhar a pintura e tentar bater com isopor, aí não deu certo. Aí falei, o que eu posso fazer? Apareceu aqui na escola umas doações da prefeitura de Prado. Aí olhei pro EVA, apertei o EVA, esse negócio aqui pode dar certo, mas como que eu vou fazer? E eu pensei, ah já sei! Peguei uma madeirinha, fiz a pintura primeiro no caderno de desenho, vi que a pintura ficou bonita. Depois eu fui só melhorando, aí cortei o EVA na forma das pinturas. Cortei e fui colando na madeira, pra fazer o formato da pintura na madeira com EVA. Aí coloco a tinta, começo a pintar o EVA ali na madeira. Aí fui testando as cores, às vezes quando a gente pinta, suja. Sempre que pinta, suja o carimbo, cada pintura tem que limpar o carimbo. Tipo eu pinto um tecido inteiro, aí eu tenho que limpar aquele carimbo pra tinta não estragar e por aí vai, pra eu reutilizar, pra não ser uma coisa descartável, pra ser uma coisa que eu faço e reutilizo ele. E aí, assim, foi quando eu fiz, menina, que ficou lindo, o meu primeiro encanto, até hoje eu tenho uma coisa pintada dos meus primeiros carimbos. Aí eu descobri que eu podia transformar cores, fazer cores diferentes que não existem."

Leia mais sobre o processo criativo de Rita Pataxó nesta entrevista: https://www.edicoeszabele.com.br/2021/04/entrevista-com-mestra-rita-pataxo.html



TODAS AS OBRAS DA EXPOSIÇÃO ESTÃO À VENDA.
 
contato (73) 988932843
Para conhecer mais a LUÁ e o trabalho de Rita Pataxó acesse @luapataxo no Instagram.  
Desenvolvido por Webnode Cookies
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora